Proposta para o Concurso Senac Bahia em Salvador. Uma oportunidade para se pensar a ocupação de edifícios lindeiros às avenidas de fundo de vale de Salvador. Uma janela à encosta, que reforça a relação transversal deste percurso ao longo do vale e a conexão entre seus tecidos urbanos. A possibilidade de um edifício praça, um Senac aberto e transparente à cidade.

Duas faixas transversais à encosta e distanciadas entre si organizam a implantação do edifício. Pode-se dizer que a matriz do edifício parte do desenho da encosta, o desenho do chão desta transversal do vale. A partir do escalonamento do terreno nascem os pavimentos destas faixas transversais, avançando ao vale como em continuação da encosta. Do avanço destes braços e a ligação entre eles conforma-se o desenho do vazio central do conjunto - praça de entrada e alargamento da cidade: um plano em aclive sutil de 1.5m de altura da rua até a chegada principal do pavimento térreo, onde um bloco escalonado em arquibancada revela a encosta e anuncia os caminhos a seguir por entre o edifício.

Este projeto busca evidenciar nas diversas escalas do edifício a compreensão dos sistemas ambientais propostos, como elemento educativo aos que irão frenquentá-lo. A encosta revelada é um elemento didático. O sistema de jardins filtrantes proposto; a escolha específica das plantas para este meio; o percurso de rampas pelo prédio como um passeio entre a encosta e as visuais do vale; a resolução do desenho das instalações; e a proteção das fachadas, em tubos verticais cerâmicos com espaçamento variável de acordo com a face de insolação, conferindo unidade ao conjunto ao mesmo tempo dialogando com a transparência que permeia as diversas camadas do edifício. Uma transparência porém, controlada, que se revela aos percursos, ao cruzar e conhecer (pertencer) o seu interior.