Projeto de retrofit em edifício no centro de São Paulo com alteração do uso comercial original do prédio para novo uso residencial.
Inserido no contexto da volta ao centro e pela intensificação do uso habitacional da região, foi determinante para a incorporação a diversidade de tipologias e espaços, abrangendo um público mais heterogêneo
e ao mesmo tempo como uma alternativa aos prédios novos que estão sendo construídos no entorno.
Diante da premissa de não haver acréscimo de área construída o projeto manteve a volumetria original do prédio, mas a potencializando como um volume íntegro e silencioso à paisagem urbana. Como um monolito
lapidado com chanfros, reentrâncias e subtrações resultantes do arranjo de varandas internas da nova disposição das tipologias.
Uma nova camada infra estrutural foi inserida nas fachadas como suporte aos ramais prediais de refrigeração, irrigação e jardineiras. Junto da nova caixilharia dos apartamentos, com vistas abertas e
ventiladas para o centro da cidade, esta estrutura de jardins e varandas contribuem para a privacidade entre as unidades, a sensação de conforto ambiental e a identidade do novo uso residencial do edifício.
Para resolução das unidades foram concebidas 17 tipologias diferentes de apartamentos, de 40 a 135 m2. Diante da configuração original do edifício, sem recuo no lote e com empenas nas duas laterais e no fundo,
(portanto com poucas fachadas para a diversidade de apartamentos propostas) o projeto adotou estratégias dentro do código de obras que viabilizassem algumas aberturas nas empenas, imprescindíveis à resolução das unidades.
Recuos internos de 1.50m de profundidade, configurados como jardineiras sem acesso, resultaram em perfurações em uma das fachadas cegas revelando uma nova visual para os apartamentos do fundo. Além de tijolos
de vidro dispostos espaçadamente em algumas empenas, coincidentes a modulação dos revestimentos dos banheiros das unidades, que trouxeram iluminação natural para estes ambientes.
Para as áreas comuns do edifício adotou-se uma paleta de matérias terrosos e com cores quentes, em oposição a neutralidade dos acabamentos externos. O térreo de acesso do prédio é um ambiente
monocromático em sub tons de laranjas e vermelhos que se deriva nas escadas de ligação aos andares até ao terraço da cobertura. Como um convite de percurso ao último pavimento, uma varanda de uso comum com horta,
lavanderia coletiva e visuais para a cidade.
projeto: Edifício Magdalena Laura
localização: República – São Paulo, SP
ano do projeto: 2021
ano da obra: 2022
área construída: 4530m²
ano da construção do edifício: 1958
autores: Vapor Arquitetura
colaboradores: Bruno Lopes, Simone Shimada, Ana Carolina Mello
complementares: estrutura - Meirelles Carvalho Engenharia / instalações: L2C / Engenharia e Consultoria / luminotécnico: Auma Estudio / paisagismo: Matter / refrigeração e ventilação: Maperclima / caixilhos: Arqmate /
combate incêndio: Feuertec / comunicação visual: Alles Blau / decoração apartamentos: Metro Arquitetos / consultoria legal: Fernando Martines / impacto urbano: Urbem incorporação e
concepção do programa: Planta.Inc gerenciamento de projeto: Camila Fanucchi (planta.inc) produção executiva: Aline Prado (planta.inc)
fotos: Arthur Duarte