A premissa do restaurante em evidenciar e valorizar o produto (fonte/produtor) foi traduzida em transparência tanto espacial quanto nos materiais. Foi premissa do projeto evidenciar, portanto, o sistema de produção, as máquinas do restaurante. Um percurso social associado à sua linha de produção. Neste âmbito, diferentemente do usual o restaurante revela suas entranhas; a cozinha vai para frente, "entra-se pela cozinha", local central e simbólico da casa brasileira. Como uma grande vitrine, suas fachadas translucidas intensificam esse movimento, propiciando franco diálogo com a cidade. Os limites entre interno e externo são muito tênues, a rua invade o restaurante, comunica-se com uma praça interna no interior do terreno, convida as pessoas a um belo jardim, com frutas, flores e legumes ao lado das mesas. Um percurso que perpassa todos os seus ambientes, ora interno ora externo, e que revela todo o seu funcionamento - da cozinha à horta que a abastece. Tratando-se de uma reforma de um edifício existente, toda a parte de infraestrutura foi locada em dois novos edifícios, concebidos para a adequação ideal das áreas provedoras (técnicas) do restaurante.
Visando uma obra rápida e racional, partiu-se ao emprego de materiais industrializados, com materiais acessíveis, mas empregados de maneira engenhosa. Estrutura metálica, painéis de laje pré-fabricado, fachadas duplas em placas modulares de policarbonato alveolar, piso epóxi e caixilhos metálicos; além de responder a todas exigências técnicas solicitadas foram determinantes para agilizar o curto prazo da obra, e ao mesmo tempo, contrastar com a estrutura e os materiais da casa existente (madeira e alvenaria). Neste projeto, portanto, a sustentabilidade perpassa as diferentes etapas projetuais; da concepção estrutural rápida, do emprego de materiais industriais, da preservação do edifício existente, a utilização de água de reuso nas áreas verdes e a tentativa de tratar o paisagismo como participante funcional do restaurante.
projeto: Restaurante Tuju
localização: Vila Madalena – São Paulo, SP
ano do projeto: 2014
ano da obra: 2015
area construída: 524m²
autores: Rodrigo Ferreira Oliveira, Thomas Frenk, Fabrizio Lenci, Fabio Riff, Garupa Estúdio
complementares: Telecki arquitetura de projetos / instalações - Ramoska e Castellani / exaustão e refrigeração – Acorn / luminotécnico - Ana Spina / paisagismo - Ervas Finas horticultura / cozinha industrial – Berta cozinhas
fotos: Pedro Napolitano Prata
premiação: Menção honrosa no “Prêmio de arquitetura Instituto Tomie Ohtake Akzonobel 2016” / Prêmio de 1̊ lugar na categoria bares e restaurantes do prêmio “O melhor da Arquitetura Revista Arquitetura e Construção - 2015”
